Amostragem de Solo e Tecido Vegetal

1.  ANÁLISE DE SOLO
 
 
1.1  IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE       
 
Indicar os níveis de nutrientes no solo, possibilitando programar as práticas de calagem, gessagem e adubação, antecedendo ao plantio ou mesmo durante os cultivos;
Monitorar e avaliar as mudanças que ocorrem com os nutrientes no solo e seus efeitos nas plantas cultivadas.
 

1.2  TIPOS DE ANÁLISES        
 
As principais análises realizadas para fins de avaliação das características dos solos são:
 
- Análise química: Através desta análise é avaliada a fertilidade do solo, determinando a disponibilidade de nu- trientes para as plantas, a acidez e a matéria orgânica, podendo ser calculado ainda a saturação de bases e a capacidade de troca de cátions (CTC). São análises relativamente rápidas, de baixo custo para o cliente e que podem ser feitas em qualquer época do ano, de preferência antes do plantio e durante todo o cultivo (dependen- do do tipo do solo, da cultura e do manejo). Pode ser subdividida em análise química simples e completa.
 
- A análise química simples é solicitada, em geral, quando o Produtor adota menor nível tecnológico e para cultivos sem irrigação onde a produtividade esperada quase sempre é baixa. Neste caso, são determi- nados: Fósforo, Potássio, cálcio, magnésio, alumínio, hidrogênio + alumínio e pH. A análise de matéria orgânica pode ser realizada, mediante solicitação.
 
- A análise química completa pode ser requerida sempre , entretanto é solicitada em cultivos irrigados, ou seja, quando se espera produtividade mais elevada, necessitando conhecer também as li- mitações dos micronutrientes. Neste caso, determina-se: Fósforo, Potássio, cálcio, magnésio, alumínio, hidrogênio + alumínio, pH, enxofre, ferro, zinco, cobre, manganês, boro e sódio. A análise de matéria orgânica pode ser realizada, mediante solicitação.

- Análise granulométrica: É determinada a proporção de constituintes do solo (areia, silte e argila) que influen- ciam no seu correto uso e manejo, podendo-se inferir sobre: risco de erosão, disponibilidade de água para as plantas, uso econômico de fertilizantes, mecanização adequada e a cultura mais adaptada às características do solo. Serve também como complemento da análise química, garantindo maior segurança para o diagnóstico. Como a textura do solo não se modifica de forma rápida, a análise granulométrica pode ser realizada apenas uma vez.
 
Atualmente, os laboratórios agronômicos do país têm associado os dois tipos de análises: química e granulomé- trica. Tal fato ocorre em função dos conhecimentos adquiridos de que a dinâmica dos nutrientes está diretamente relacionada com a textura do solo. Portanto, o conhecimento sobre os teores de areia grossa, areia fina, silte e argila aumentam a segurança na interpretação dos resultados das análises químicas de solo, favorecendo o manejo das adubações.
 
 
1.3  AMOSTRAGEM PARA ANÁLISE 
 
A análise de solo começa pela amostragem, que constitui o primeiro passo no processo de avaliação da fertilidade do solo e onde constantemente ocorrem as maiores falhas.
 
É muito comum a amostra ser coletada de qualquer modo, sem os cuidados necessários. Com base neste enfoque, serão realizadas a seguir orientações práticas sobre os critérios para amostragem dos solos, tais como: definição da área a ser amostrada, número de amostra a ser coletada, época e freqüência das amostragens, equipamentos para coleta, local e profundidade da amostragem, dentre outros.
 
- Definição da área a ser amostrada
 
É necessário que a amostra seja representativa da área. Neste sentido, deve-se, primeiramente, subdividir ou separar a propriedade em unidades mais homogêneas possíveis, levando-se em consideração aspectos como:
 
- Cor da terra (mais escura, amarelada ou avermelhada, por exemplo);

- Textura do solo (argilosa ou arenosa);

- Topografia do terreno (superior, meia encosta ou parte mais baixa do terreno);

- Histórico da área (tipo de cobertura vegetal, aplicação de corretivos e fertilizantes);

- Idade das plantas;

- Condições de drenagem (se acumula água ou é bem drenada);

- Sistemas de plantio e de condução da cultura.
 
ATENÇÃO: Locais próximos de casas, formigueiros, cupinzeiros, currais e rodovias devem ser amostrados separadamente, pois podem apresentar características distintas das demais áreas de cultivo.
Cada área considerada homogênea não deve ultrapassar a 10 hectares.




Foto retirada do Manual de Uso Sustentável do Solo da Ministério da Agricultura, 2009: (Fonte: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/578192/1/xavier01.pdf).

 
- Número de amostra a ser coletada
 
As amostras a serem coletadas podem ser definidas como:
 
- Amostra simples é a porção de terra coletada num único ponto da área.

- Amostra composta é a mistura das amostras simples, a qual será enviada para o laboratório.
 
Após a divisão da propriedade em áreas uniformes ou homogêneas, deve-se coletar cerca de 20 amostras simples para formar uma amostra composta, qualquer que seja a área a amostrar, desde que não ultrapasse a 10 hectares. Na prática, isto significa que mesmo que uma área grande seja homogênea, ela deve ser subdividi- da em áreas menores de até 10 hectares.
 
ATENÇÃO: As amostras simples devem sempre conter o mesmo volume de solo, para evitar que um ponto seja mais representativo do que o outro na formação da amostra composta.


- Época e frequência das amostragens
 
As coletas de amostras podem ser realizadas em qualquer época do ano. Entretanto, é recomendável que sejam planejadas com antecedência, considerando-se o tempo gasto no encaminhamento das amostras ao laboratório e do retorno dos resultados, aliado ao tempo necessário para realizar as análises. Isto porque, havendo necessi- dade de calagem (adição de calcário), deve-se considerar que o calcário exige um tempo mínimo para reagir no solo.
 
A análise de solo deve ser repetida em intervalos que dependem da intensidade de adubação, do tipo de cultura, do nível tecnológico adotado (irrigação, fertirrigação), etc. Dessa forma, seguem algumas sugestões:
 
- Convêm coletar amostras três a quatro vezes por ano nas lavouras que recebem maiores aplicações de adubos, como o mamoeiro, maracujazeiro e o cafeeiro irrigado, que são adubados mensalmente. Pastagens irri- gadas e em sistema rotacionado também devem ser amostradas de três a quatro vezes por ano;

- Nas culturas fertirrigadas, as amostras devem ser coletadas, no máximo, a cada dois ou três meses;

- Culturas de ciclo curto como milho e feijão, exploradas em cultivos sucessivos, devem ser coletadas antes de cada colheita;

- O cafeeiro cultivado de forma tradicional com no máximo três a quatro adubações anuais, as amostras podem ser coletadas uma vez por ano ou intervalos de seis meses. O ideal é que a amostra seja coletada antes da co- lheita para que as práticas de correção nutricional e adubação possam ser realizadas ainda na pré-florada;

- Outros cultivos como seringueira, eucalipto e pastagens, podem ser amostrados anualmente ou a cada dois anos;
 
 

- Equipamentos para coleta das amostras

 
Para realização da amostragem, deve-se dar preferência ao uso de equipamentos do tipo trado ou sonda em aço inox para não haver contaminação da amostra. No passado, quando os laboratórios não realizavam análises dos micronutrientes, era muito comum a utilização de ferramentas disponíveis nas propriedades, tais como enxadão, pá ou cavadeira. Atualmente, com a inclusão dos microelementos nas análises de solos, são recomendados ma- teriais em aço inox. Mesmo materiais galvanizados não são permitidos.
 
Os trados ou sondas, por serem equipamentos que foram desenvolvidos especificamente para este fim, são mais adequados, facilitando as amostragens superficiais e em maiores profundidades (Figura 2). O trado tipo holandês é o de uso mais comum, sendo adaptado para qualquer tipo de solo. Já o trado caneco, é indicado para solos secos e compactos. O calador, tubo ou sonda, é usado em terras fofas e ligeiramente úmidas.
 
Além dos equipamentos usados na coleta, é necessário um balde plástico limpo que não contenha nenhum tipo de resíduo. Deve-se ter o cuidado de limpar as ferramentas de amostragem e o material a ser utilizado na mistura das amostras, retirando o excesso de solo da coleta anterior.

Figura 2: Trados para a amostragem de solos. (Fonte: https://blog.ifope.com.br/amostragem-de-solo-porque-e-como-fazer ).
 

- Local e profundidade da amostragem
 
Na avaliação da fertilidade do solo para novos plantios, aconselha-se retirar amostras mais superficiais, ou seja, na profundidade de 0 a 20 cm. No entanto, para avaliar a fertilidade do solo em profundidade, devem-se retirar amostras de camadas mais profundas como 20 a 40 cm, 40 a 60 cm e assim por diante.
 
Além de avaliar os teores nutricionais, a análise de solo em profundidade permite verificar se há algum impedi- mento químico no desenvolvimento das raízes e permite monitorar as alterações do solo ao longo dos perfis, es- pecialmente em áreas fertirrigadas. Também possibilita avaliar a necessidade de utilização do gesso agrícola, pois sua indicação é feita em função das características do solo em profundidade.
 
As amostragens mais profundas devem ser efetuadas no mesmo ponto de coleta das amostras superficiais, ten- do-se o cuidado de que o solo da superfície não se misture com aquele das camadas mais profundas.
 
Quando o plantio é realizado diretamente sem preparo prévio do solo, ao longo do tempo poderá ocorrer grande concentração de nutrientes, principalmente nos primeiros centímetros da superfície, devido à falta do revolvimen- to inicial do solo. Dessa forma, após o plantio, recomendam-se amostragens mais estratificadas, ou seja, para os primeiros 20cm sugere-se a divisão da camada nas profundidades de 0 a 10cm e 10 a 20cm, por exemplo. Da mesma forma, em áreas de pastagens onde o sistema radicular é superficial, a amostragem também de- verá ser dividida nas profundidades de 0 a 10cm e 10 a 20cm.
 
No caso de culturas perenes já instaladas, sugere-se realizar duas amostragens, uma no local da adubação, ge- ralmente na projeção da copa, local onde se concentram as raízes e outra entre as linhas de plantio.
 
Nas culturas irrigadas por gotejamento e fertirrigação, recomenda-se amostrar o solo na área de influência dos gotejadores e também fora da área dos gotejadores, porém na linha de plantio, separadamente. Neste caso, di- ante da possibilidade de movimentação dos nutrientes no perfil do solo, é importante monitorar a fertilidade do solo, coletando amostras de 0 a 10cm, 10 a 20cm, 20 a 40cm, 40 a 60cm ou até em profundidades maiores, principalmente se o solo for de textura média e/ou arenoso.
 
 
1.4  PASSOS PARA AMOSTRAGEM  
 
O procedimento geral para a amostragem do solo pode ser resumido de acordo com os passos a seguir:
 
I.  Dividir o terreno em áreas uniformes com no máximo 10 hectares;

II.  De posse do trado, balde limpo e seco, caneta e sacola plástica, percorrer cada área ao acaso (em zigue-zague), cobrindo toda a sua extensão;

III.  Retirar cerca de 20 amostras simples;

IV.  A amostra simples é realizada após a limpeza do local de cada ponto a ser coletado, removendo restos de plantas, folhas, galhos, entre outros, sem revolver a superfície do solo. Para solos adubados com fre- qüência (quinzenal ou mensal, por exemplo) em que são visíveis as partículas dos adubos sobre o solo, é con- veniente limpar para que esses resíduos não sejam coletados, evitando assim que a análise dissolva as partícu- las e mascare os resultados;

V.  Retirar cada amostra simples, na profundidade desejada e transferir para o balde. Após a coleta de vinte amostras simples, misturar bem o solo dentro do balde, destorroando se necessário. Se a mistura for realizada com as mãos, deve-se lavá-las, visando eliminar o suor e evitar a contaminação da amostra;

VI.  Retirar cerca de 100 a 150 gramas de solo do balde e transferir para uma sacola plástica, identificando-a corretamente para análise. Dessa forma, está formada a amostra composta a ser enviada para o laboratório;

VII. Se o transporte da amostra até o laboratório levar no máximo dois dias, não há necessidade de secagem da mesma. Caso contrário, é recomendável que a amostra seja seca para evitar alterações devido à atividade microbiológica. A secagem deve ser feita espalhando-se o solo sobre uma superfície limpa e em local sombreado, isento de poeira e bem ventilado. Não deixar a amostra exposta ao sol ou a qualquer fonte de calor;
 
A FULLIN oferece gratuitamente sacola plástica apropriada para envio das amostras, contendo espaço para preenchimento de todas as informações necessárias à identificação do cliente e da amostra, além de orientações básicas sobre a coleta.

ATENÇÃO!
Não acondicionar a amostra em recipientes sujos ou que foram usados com sal, farinha, adubo ou qualquer outro produto que contenha resíduos. Utilize sempre sacola plástica limpa.

 
2.  ANÁLISE DE TECIDO VEGETAL OU FOLIAR    
 
 
2.1  IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE       
 
Determinar o teor dos elementos essenciais na planta, identificando possíveis deficiências e toxidez de nutrien- tes e auxiliar no conhecimento do estado nutricional da cultura ou da cultura subseqüente.

Avaliar indiretamente a fertilidade do solo, usando a planta como extrator biológico natural, fornecendo resulta- dos que possibilitam o diagnóstico mais preciso da relação solo-planta, pois o teor de nutrientes no vegetal é conseqüência de um conjunto de fatores que condicionam a sua absorção.

Constitui uma forma segura de diagnose do estado nutricional das plantas e está sendo utilizada em maior escala pelos Produtores e Técnicos. É importante ressaltar que a análise foliar não substitui a análise de solo, pois ambas se complementam.

Distinguir sintomas provocados por agentes patogênicos daqueles provocados por desequilíbrios nutricionais.
 

2.2  TIPO DE ANÁLISE 
 
Em geral, são analisados em rotina os teores totais dos seguintes nutrientes: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu), manganês (Mn) e boro (B).
 
Além dos macro e micronutrientes indicados acima, é possível analisar outros elementos, como Sódio (Na), Cloro (Cl), Silício (Si), Alumínio (Al), Chumbo (Pb) e Molibdênio (Mo). Entretanto, para análise de outros elementos, é importante consultar o laboratório.
 
 
2.3 COLETA DE AMOSTRAS PARA A ANÁLISE      
 
O tipo da cultura, a idade, parte da planta e época de amostragem são variáveis que afetam a interpretação dos resultados da análise. Por essa razão, cuidados são necessários na coleta das amostras.
 
A amostragem deve ser realizada nos horários mais frescos do dia (pela manhã ou à tarde). Não se devem cole- tar amostras de plantas, após chuva forte, após adubação foliar, com danos mecânicos, com danos por insetos, com infestação de doenças, com tecidos mortos ou necrosados e nem contaminadas com defensivos.
 
Para que os resultados da análise foliar possam ser comparados aos teores considerados adequados, a amos- tragem deverá ser realizada seguindo a informação de referência de acordo com a cultura, conforme a tabela 1. Para outras culturas, deve-se consultar o laboratório.
 
ATENÇÃO: Quando por algum motivo não se tenha informações sobre a parte da planta a ser coletada em qual- quer época e idade e, nem sempre for possível a comparação com os valores de referência, sugere-se adotar o seguinte critério:
 
- Amostrar folhas recém-maduras da parte mediana da planta nos quatro lados, ou seja, em todos os pontos cardeais.
 
- No caso de apenas parte das plantas apresentar sintomas é necessário que seja feito, no mínimo, duas amos- tragens separadamente: uma de plantas sadias e outra de plantas com os sintomas.

Tabela 1- Amostragem de tecidos vegetais para análise química das principais culturas1/.

1/ FERREIRA et al. (1994); RAIJ et al. (1996); MALAVOLTA et al. (1997).
 

2.4  ENVIO DA AMOSTRA PARA ANÁLISE   
 
Após a coleta, acondicionar as amostras de material vegetal em sacolas de papel, identificadas de forma legível com o nome do proprietário, propriedade, endereço para contato, identificação da amostra e o tipo de cultura e devem ser enviadas para o laboratório de preferência no mesmo dia ou mantidas em refrigeração (geladeira - não congelar). Outra opção, é secá-las em estufa à 70oC antes do envio.
 
Em geral, os resultados das análises são emitidos de três a quatro dias úteis.
 
As amostras coletadas poderão ser entregues diretamente na recepção da FULLIN ou enviadas via Correios ou Águia Branca, no endereço indicado abaixo:
 
FULLIN Laboratório
Endereço: Avenida Prefeito Samuel Batista Cruz, nº 1099 - Centro  Linhares / ES - CEP: 29.900-100
Tel: (27) 3371-3460 (Whatsapp)
E-mail: atendimento@fullin.com.br


3. INFORMAÇÕES ADICIONAIS     
 
- Para que os resultados das análises sejam confiáveis, é importante que o produtor realize a coleta das amostras corretamente e envie para o laboratório de sua confiança.
 
- Dessa forma, a FULLIN oferece aos Produtores e demais clientes as seguintes vantagens:
 
- Preços compatíveis com o mercado e presteza na execução dos serviços;
 
- Empresa com tradição e histórico de credibilidade;
 
- Laboratório tecnologicamente estruturado com equipamentos adequados e calibrados para a realização completa das análises;
 
- Processos de análises com rigoroso controle interno de qualidade;
 
- Programa de informatização atualizado e desenvolvido especificamente para a FULLIN, proporcionando confiabilidade e rapidez nos cálculos e agilidade na emissão dos resultados;
 
- Profissionais experientes e treinados  em centros  de referência do País;
 
- Coordenação e responsabilidade técnica realizada por especialista da área e com mais de 35 anos de experiência;
 
- Laboratório filiado aos Programas Nacionais de Controle de Qualidade, coordenados por renomados Centros de Pesquisa e Universidades;
 
 
 
Consideração importante: Este documento foi elaborado pela área técnica da FULLIN com o objetivo de divulgar e orientar de forma simples e objetiva nos procedimentos de amostragens das análises agronômicas.